Guajajaras
Os Guajajaras conta com aproximadamente 27600 habitantes. A terra habitada por este povo está localizada no centro do Maranhão, na região dos rios Pindaré, Mearim, Grajaú e Zutiua. Essas terras são cobertas por altas florestas amazônicas e baixas florestas de cerradão, que são florestas de transição entre as florestas amazônicas e os cerrados.

©Reprodução/Redes Sociais/Sonia Guajajara
Processo histórico
O primeiro contato dos Guajajaras com os brancos provavelmente ocorreu em 1615, às margens do rio Pindaré, quando uma expedição da França fez uma expedição. Tenetehára foi destruída por expedições de escravos portugueses até meados do século XVII. Isso mudou com a fundação dos missionários jesuítas (1653-1755), que ofereciam alguma proteção contra a escravidão, mas sugeriam um sistema de servidão e dependência.
Quando os jesuítas foram expulsos da colônia pelo rei, os Tenethala recuperaram parte de sua antiga independência e assim reduziram seu contato com os colonos. Em meados do século XIX, foram gradualmente integrados no sistema de patronato regional e sujeitos a todas as formas conhecidas de exploração extrema (como remadores ou apanhadores). A política aborígine da época não previa claramente quaisquer medidas para prevenir esses abusos. Guajajara reage ocasionalmente com violência, mas permanece submisso na maior parte do tempo.
A maior rebelião ocorreu em 1897 em Alto Allegra, hoje região de Cana Brava. Em 1901, o Cacique Cauiré Imana conseguiu unir um grande número de aldeias para destruir os missionários e expulsar todos os brancos da área entre Barra do Corda e Grajaú. Alguns meses depois, foram derrotados pela milícia e sofreram anos de perseguição, o que resultou na perda de muitas outras vítimas Guajajara. A revolta de Alto Alegre foi o acontecimento mais importante da história do país.
Novos conflitos surgiram nas décadas de 1960 e 1970, com a expansão descontrolada de grandes latifúndios no centro do Maranhão, forçando muitos posseiros a ocuparem as terras indígenas.
Cultura
Abandonando grande parte de sua cultura material tradicional, os Guajajara ainda produzem alguns tecidos e redes para uso doméstico e comercial. A partir da década de 1970, com o incentivo da Funai, os Guajajara voltaram a produzir penas, enfeites, armas e tecelagens, lembrando padrões antigos e imitando modelos de outros povos indígenas, criando um estilo que hoje é facilmente reconhecido como próprio. Dessa forma, Guajajara também resgatou o uso da pintura corporal, em festas e cerimônias, bem como em ocasiões de manifestações políticas.
Os Guajara pertencem à família de línguas Tupi-Guarani, e seus parentes mais próximos são o Asurini (do Tocantins), o Parakanã, o Suruí (do Pará), o Avá (Canoeiro), o Tapirabé e o Tembé, que lhe são muito semelhantes.
A língua guajajara é chamada de ze'egete, que significa "boa língua", e os linguistas as dividiram em quatro dialetos mutuamente inteligíveis sem grandes complexidades. Nas aldeias, o guagajara é a língua principal e o português é a língua franca compreendida pela maioria das pessoas.