Guaranis
O povo guarani está localizado nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Reio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará e em alguns países que fazem fronteira com o Brasil: Bolívia, Argentina e Paraguai. Em território nacional, vivem atualmente cerca de 85 mil indígenas Guarani, em sete estados diferentes, tornando-os a etnia mais numerosa do país.

©Carlos Penteado
Processo histórico
Depois que os europeus chegaram à América do Sul, há cerca de 500 anos, o povo guarani foi um dos primeiros a entrar em contato.
A migração é um processo natural para eles, pois regenera o solo e garante sua sobrevivência. As práticas nômades decorrem de sua natureza inerentemente extrativa e existem há mais de 2.000 anos.
Essa identidade cultural foi interrompida pela colonização. Após a chegada dos europeus, a comunidade guarani iniciou o processo de migração para escapar de incursões, assassinatos e escravização.
Porém, com o território tomado, não há mais para onde se deslocar, embora alguns grupos ainda tendam a permanecer.
No Mato Grosso do Sul, os povos indígenas foram atacados sucessivamente, principalmente pelos grupos Mbia, Kiowa e Nhandwa. Nesse estado, as terras indígenas deram lugar a pastagens, soja e cana-de-açúcar. Após a Guerra do Paraguai, entre 1864 e 1870, a desorganização do processo imigratório foi ainda mais severa.
Cultura
A cultura tupi-guarani é formada pelas contribuições dos povos indígenas que falam essa língua. Isso se deve ao fato de que o termo tupi-guarani não designa uma nação específica. Pelo contrário, trata-se de uma expressão genérica que contempla um variado grupo de línguas indígenas encontradas na América do Sul. Pela tradição oral repassavam os costumes e as orientações para os rituais de vida e de morte. Entre os rituais de vida marcantes estão as celebrações de passagem, que marcavam a transição para a vida adulta. A característica comum dos povos indígenas brasileiros no que tange à religião é o xamanismo.
Os guaranis são coletores e caçadores. O espaço físico que habitam é denominado tekoha, terra e se autodeterminam como a extensão da terra onde pisam. Esse conceito está no cerne da maioria das disputas fundiárias vivenciadas pelo povo guarani no Brasil.